domingo, 23 de outubro de 2011

NÃO PRECISO DE MAIS RAZÕES

Hoje então teve chuva e sob ela passei uma parte da manhã, fazendo Corrida de Orientação. Foram muitos escorregões tropeços. Teve um que até admirei. Numa descida de um barranco, em meio a mata ciliar, descia para atravessar um riacho e sem me segurar em nada escorreguei e quando ia bater com o traseiro no chão, já com as mãos para trás, que apoiava enquanto meu corpo descia a encosta do barranco, consegui dar uma meia volta tão rápida, que me senti como um gato que quando lançado de costas para o cão dá aquela meia volta e cai de pé. Só não fiquei de pé, mas não cai com as costas na lama. Foi o máximo.
Chuva, cerrado, morro, riacho, tropeços, quedas (várias), descidas, corridas, suor, escorregões, caminhada, trilha, cerca, prisma, bússola, superação, limite, mapa, viagem, amizade, foto, subidas, turismo, coração, saúde, performance, novidades são ingredientes que fazem parte da Orientação e por isso são razões que pratico corrida de orientação.
Na verdade, não preciso de mais razões, pois é amor que sinto por esse esporte. Ele, por si só, não precisa me dar nada. Só preciso desses ingredientes.
Eu vivo, enfrento e passo por todos eles com o coração mais desarmado do mundo.
Pronto, simples assim. AMOR!

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

O MUNDO SERÁ MEU

Ontem estive de partida, como centenas de outros colegas, de todo Brasil e às vezes de algumas partes do mundo, para participar da III Etapa do Campeonato Brasileiro de Orientação (CamBOr), que ocorrerá em Caldas Novas (GO). 
Caldas que é a mais tradicional cidade de águas termais brasileira será, no período de 19 à 23 de outubro de 2011, a capital brasileira do esporte Orientação. Bom demais! Sede da mais importante competição do esporte Orientação, Caldas Novas de águas quentes, que é boa demais para a arte de relaxar o corpo, a mente e o espirito, nesse momento será palco do esporte que muito exige do corpo e da mente, que também alivia o stress do dia a dia e diverte. Incrível! 
Portanto, será uma combinação perfeita para os aficionados na orientação, ou seja, água quente e corrida de orientação. Correr, correr, pensar, analisar, decidir e então de novo correr até, então, repetir todo o processo no meio do cerrado serroso da região da competição nada melhor será, depois, aproveitar, desfrutar o aconchego da cidade: pracinhas, feirinhas, barzinhos, comidinhas, cervejinhas e muita piscina de água quente. Maravilha! 
Conversar, trocar ideias, informações, performances do dia depois das provas é a pedida, onde se encontrar. É comum, corriqueiro e até de praxe, comparar os percursos, os erros e acertos ocorridos. Legal! 
Nada constrange ou provoca medo ou revolta, a não ser consigo mesmo, pois cada um pegou seu mapa e de posse de sua bússola, fez o seu percurso à sua maneira ou estilo. Fantástico! Em Caldas Novas, estaremos nos despedindo do CamBOr 2011. Mas já pensando, vislumbrando o Sul americano, que vai ocorrer em dezembro, na cidade de Santana do Livramento (RS), divisa com Rivera (URU); que se pouca coisa contrariar, estarei lá com minha bússola para participar do meu primeiro Sul Americano. 
A partir dai, de mochila, o mundo será meu. Assim seja!

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

SUBLINHEI NUM LIVRO



"Não julgues que alguém viveu muito por causa de suas rugas e cabelos brancos: ele não viveu muito, apenas existiu muito tempo. Julgas que navegou muito aquele que, tendo se afastado do porto, foi pego por violenta tempestade e, errante, ficou à mercê dos ventos, ao capricho dos furacões, sem, no entanto, sair do lugar? Ele não navegou muito, apenas foi muito acossado."


Sêneca - Sobre a brevidade da vida, Porto Alegre: L&PM, 2011. pág. 43.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

CACHOEIRA DO BISNAU E SÍTIO ARQUEOLÓGICO DO BISNAu

Data: 12/10/2011 - Quarta-feira
Local de Encontro em Brasília: Posto Flamingo
Horário de Encontro em Brasília: 07:30
Local de Encontro em Formosa: Lagoa Feia
Horário de Encontro em Formosa: 09:00
Horário de Retorno: 14 horas para aproveitarmos o peixe na telha de Formosa

O Sítio Arqueológico do Bisnau é indicado para quem não tem muito fôlego, e mesmo assim não dispensa aventura, a visita ao Sítio arqueológico do Bisnau é promovida de caminhadas leves.
A região conta com indescritíveis figuras em suas formações rochosas – são mais de 29 sítios arqueológicos nas imediações. Neles encontram-se sinais gráficos em pedras que vão desde escavações rupestres de baixo - relevo a pinturas monocrômicas. O local esconde grandes segredos dos nossos antepassados, garantem os guias.

Com o caminho fresco na cabeça, pode-se ir à Cachoeira do Bisnau, a 130 km de Brasília, localizada no distrito de Bezerra, no município de Formosa-GO. Uma cachoeira encrustada em mata fechada, rara no cerrado.

Características:
Rústico. Da sede da fazenda à parte de cima da cachoeira é aproximadamente 1 km, que pode ser tranquilamente feito por veículo 4×2. O responsável pela propriedade é o Sr Gil. Para quem não quer se esforçar, é um prato cheio, pois o estacionamento da cachoeira é ao lado dos laguinhos para banho. Próximo ao estacionamento há 1 banheiro e mesas rústicas para refeições.
No entanto, para visualizar a cachoeira de frente é necessário descer uma trilha pelo lado direito do rio, com nível de dificuldade alto em alguns pontos de barranco. A descida leva em torno de 30 minutos. De Brasília, vá em direção à saída norte ( Sobradinho ) para pegar a BR-020 ( Brasília x Fortaleza ). Siga em direção à Formosa. Após Formosa, continue pela BR-020 e passe pelo Distrito de Bezerra ( quebra-molas ). Aproximadamente 10 km após Bezerra, haverá ao lado direito da pista 2 pamonharias. Esta é a entrada para o Bisnau.
A partir da Pamonharia, pegue a única estrada de chão que sai entre as 2 pamonharias. Após o segundo mata-burro haverá uma estrada à esquerda, em direção a um vale que pode ser visualizado de longe.
Pegue a entrada, ande por uns 300 metros e haverá uma bifurcação.
Pegue para a direita e após uns 200 metros observe um muro de pedras à esquerda. Logo a frente estará a sede da fazenda administrada pelo Senhor Gil. Pague R$10,00 e ele abrirá a porteira para o caminho de carro até a cachoeira. Não há dificuldades nesse trecho, apenas uma porteira quase quebrada que deve ser mantida fechada.

O que faremos: 

Visitaremos o Sítio Arqueológico do Bisnau e depois iremos à Cachoeira do Bisnau até a parte de baixo. No final, se o pessoal topar iremos comer o tradicional peixe na telha de Formosa

O que levar:
Roupa de trilha: calça tectel, camisa, tênis, boné, repelente, filtro solar e capa de chuva (se chover)
lanche: barra de cereal, sanduíches leves, fruta, isotônico, castanhas e muuuuiiita água

Nível de dificuldade: 

Médio em consideração que o terreno perto da cachoeira é escorregadio e a subida de volta é íngreme (desnível de aproximadamente 130 metros)

Quanto custa: 

Reservar 20 reais para entrar na cachoeira, 30 para rachar gasolina e 50 para o peixe na telha.




Fonte: e-mail informativo, que circula na lista de discussão do Grupo Caminhada de Brasília. Atividade proposta por Clarinha, em 29/09/2011.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

NAMORE UM CARA QUE LÊ



(Texto de Bruno de Palma e Silva, baseado no “Namore uma garota que lê”, texto escrito pela Rosemary Urquico e traduzido e adaptado para o português pela Gabriela Ventura)

Namore um cara que se orgulha da biblioteca que tem, ao invés do carro, das roupas ou do penteado. Ele também tem essas coisas, mas sabe que não é isso que vai torná-lo interessante aos seus olhos. Namore um cara que tenha uma pilha de três ou quatro livros na cabeceira e que lembre do nome da professora que o ensinou as primeiras letras.
Encontre um cara que lê. Não é difícil descobrir: ele é aquele que tem a fala mansa e os olhos inquietos. Ele é aquele que pede, toda vez que vocês saem para passear, para entrar rapidinho na livraria, só para olhar um pouco. Sabe aquele que às vezes fica calado porque sabe que as palavras são importantes demais para serem desperdiçadas? Esse é o que lê.
Ele é o cara que não tem medo de se sentar sozinho num café, num bar, num restaurante. Mas, se você olhar bem, ele não está sozinho: tem sempre um livro por perto, nem que seja só no pensamento. O rosto pode ser sério, mas ele não morde, não. Sente-se na mesa ao lado, estique o olho para enxergar a capa, sorria de leve. É bem fácil saber sobre o quê conversar.
Diga algo sobre o Nobel do Vargas Llosa. Fale sobre sobre as novas traduções que andam saindo por aí. Cuidado: certos best-sellers são assunto proibido. Peça uma dica. Pergunte o que ele está lendo –e tenha paciência para escutar, a resposta nunca é assim tão fácil.
Namore um cara que lê, ele vai entender um pouco melhor seu universo, porque já leu Simone, Clarice e –talvez não admita– sabe de memória uns trechos de Jane Austen. Seja você mesma, você mesmíssima, porque ele sabe que são as complicações, os poréns que fazem uma grande heroína. Um cara que lê enxerga em você todas as personagens de todos os romances.
Um cara que lê não tem pressa, sabe que as pessoas aprendem com os anos, que qualquer um dos grandes tem parágrafos ruins, que o Saramago começou já velho, que o Calvino melhorou a cada romance, que o Borges pode soar sem sentido e que os russos precisam de paciência.
Um namorado que lê gosta de muita coisa, mas, na dúvida, é fácil presenteá-lo: livro no aniversário, livro no Natal, livro na Páscoa. E livro no Dia das Crianças, por que não? Um cara que lê nunca abandonará uma pontinha de vontade de ser Mogli, o menino lobo.
E você também ganhará um ou outro livro de presente. No seu aniversário ou no Dia dos Namorados ou numa terça-feira qualquer. E já fique sabendo que o mais importante não é bem o livro, mas o que ele quis dizer quando escolheu justo esse. Um cara que lê não dá um livro por acaso. E escreve dedicatórias, sempre.
Entenda que ele precisa de um tempo sozinho, mas não é porque quer fugir de você. Invariavelmente, ele vai voltar –com o coração aquecido– para o seu lado.
Demonstre seu amor em palavras, palavras escritas, falas pausadas, discursos inflamados. Ou em silêncios cheios de significados; nem todo silêncio é vazio.
Ele vai se dedicar a transformar sua vida numa história. Deixará post-its com trechos de Tagore no espelho, mandará parágrafos de Saint-Exupéry por SMS. Você poderá, se chegar de mansinho, ouví-lo lendo Neruda baixinho no quarto ao lado. Quem sabe ele recite alguma coisa, meio envergonhado, nos dias especiais. Um cara que lê vai contar aos seus filhos a História Sem Fim e esconder a mão na manga do pijama para imitar o Capitão Gancho.
Namore um cara que lê porque você merece. Merece um cara que coloque na sua vida aquela beleza singela dos grandes poemas. Se quiser uma companhia superficial, uma coisinha só para quebrar o galho por enquanto, então talvez ele não seja o melhor. Mas se quiser aquela parte do “e eles viveram felizes para sempre”, namore um cara que lê.
Ou, melhor ainda, namore um cara que escreve.