quarta-feira, 11 de agosto de 2010

POR UMA QUESTÃO DE PRINCÍPIOS

A política de um modo geral, na prática, é uma ciência de difícil compreensão. Nas suas entranhas a dinâmica é imprevisível. Barganhas, conchavos e promessas fazem pender e são ingredientes indispensáveis nessa sopa em que o sabor se altera de agradável a azeda a qualquer momento, sem o menor constrangimento ou aviso prévio. Correligionário hoje, amanhã ninguém sabe.
Na política brasiliense, isso tem ocorrido sem o mínimo de pudor. Aqui, tem sido comum o se deixar levar para onde o vento sopra, custe o que custar. Mas como não podería ser diferente, arrevelia do interesse público, propriamente dito.
No entanto, o que me estranha é que o eleitor, daqui, está seduzido por essa prática.  Lotes, transporte público sem controle, comércio ilegal, invasões de terras públicas, dinheiro fácil e outras dezenas de bandalheiras fazem parte do cardápio de promessas a esse eleitor que não vê nada além do seu umbigo em detrimento de sua qualidade de vida, dos seus familiares e de toda a população da Capital da República.
Haja vista as pesquisas eleitorais apontar como favorito ao Palácio do Buriti, um dos poucos fichas sujas encontrados no processo eleitoral deste ano, o processo eleitoral brasiliense está conturbado. Não faltam acusações. Bezerra, cheque, propina, desvios de dinheiro público está em farto material impresso, de áudio, de testemunhas e até uma confissão de culpa, que pode ser confirmada (quem não deve, não teme) ao renunciar ao cargo de Senador da República, com menos de um ano de mandato. Hoje canditado ao governo do DF, já chorou, jurou por todo mundo, abriu seu sigilo e isso tudo na tribuna do Senado uma semana antes de renunciar.
Bem, ai está o quadro de um candidato que já foi preterido duas vezes pelo TRE com base na Lei da Ficha Limpa e que insiste em sua campanha por puro interesse próprio e escuso.
Todavia, se a Lei da Ficha Limpa que para alguns só serve para o futuro também serve para o passado apenas por uma questão de princípios. O que já basta.

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