quarta-feira, 25 de junho de 2008

SER DIFERENTE TAMBÉM É NORMAL?

Outro dia visitando o Orkut de uma colega me deparei não com seu nome, mas como uma frase que me chamou a atenção ... "ser diferente também é normal". Essa colega foi no ano passado minha aluna e notava que ela tinha um perfil diferente do ditados para os adelescentes da idade dela.
Ela tinha sempre uma estória interessante que atraia as suas colegas. Muitas vezes as meninas ficavam em sua volta para ouvir essas estórias de fim-de-semana, coisas que as vezes cheguei a ouvir também. Ou seja, a vida muleca combinada com sua irreverência e rebeldia atraia os ditos normais, que deveriam sonhar com as aventuras contadas por ela.
A gente tem passado, na verdade, boa parte da vida aprendendo que a normalidade está na iqualdade. No entanto, que igualdade é essa? No geral não consigo enxergar, nesse mundo ninguém que não tenha provocado ou sofrido uma discriminação ou preconceito, concorda?
Sabe gente, celebro todos os dias as diferenças. Enquanto muita gente diz que é difícil lidar com gente, eu digo que adoro lidar com gente, pois se eu também achar difícil lidar com gente estarei nas raias da vala que não gostaria de chamar de comum e, por ser da área da educação jamais podería admitir esse comportamento em mim, ou tería que mudar de profissão.
Não espero jamais que minha aparência e meu comportamento seja o esperado por todos. Não defendo a idéia de que se nasci assim e aprendi assado, então sou imutável. Ledo engano, pois como disse Raul Seixas ..."sou uma metamorfose ambulante".
Em todas as circustâncias, procuro sim, me adequar ao preestabelecido pelo contexto, que nem sempre é o melhor, pois as vezes oprime e causa dor, fato que se explica por simplesmente todo ser humano ser intrinsicamente diferente e ser merecedor de um mínimo de respeito, não é mesmo? Portanto, respeito o outro, mas quero meu espaço.
Assim, se não somos iguais precisamos saber como os outros são, porque podemos muito bem buscar pontos em comum no outro. Porém, penso que isso deva ser uma via de mão dupla e não apenas de um lado para o outro. Com certeza, esse é o grande mote, tendo em vista que alguns não aceitam ou não se dispõe a vivenciar as coisas sobre o ponto de vista dos demais, não é verdade? Isso se chama ser humilde, ou não? Nesse caso, penso que devemos tratar igual os iguais e diferente os diferentes, não é mesmo?
Veja bem! Mesmo sendo corinthiano, me simpatizo com vasco só porque tenho uma amiga, que gosto muito, torce por ele, entende? Desta maneira, é possível sim todo tipo de convivência, bastando apenas se ter tolerância com as diferenças.
Na escola, procuro praticar isso todos os dias. Sempre os mesmos diferentes que não comparecem com o calçado adequado a prática da atividade física, os mesmos que não param de conversar um minuto para ouvir a explicação do movimento ou do jogo, os mesmos que não fazem as tarefas e, assim por diante. Esses são os iguais, mas são os diferentes, pois a maioria se esforça para seguir as regras explicitas ou implicitas colocadas. A escola ainda acredita que se o estudante aprender essas regras na escola, teremos uma sociedade melhor, ou seja, mais gente usando o cinto de segurança, protegendo o meio ambiente, respeitando o mais velhos e, menos gente nos presídeos, entre outras coisas, o que você acha?
Isso posto, não posso deixar de corroborar com a idéia de minha colega do Orkut de que ser diferente também é normal, pois o que ocorre, na verdade, é a falta de compreensão de que os ditos normais também são diferentes e que, talvez, ela vá demorar um pouco para por a mão na cabeça como sinal de "o que foi que eu fiz!", pois ela também é normal mas diferente e ainda estando na adolescência vai levar muita cacetada da vida, como os normais levam todos os dias, mas com uma mão um pouco mais suave, não é mesmo?
Obrigado pela atenção..
Seja feliz com todos
Até breve.

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