domingo, 13 de dezembro de 2009

LIVROS NA ESTANTE


Continue lendo, é isso ai! Livros, claro. Já fui "rato" de livrarias e sebo. De algum tempo para cá deixei de um frequentador assiduo. Mas livros, muitos livros tenho na minha estante. Comecei de adolescente a comprar livros e montar minha biblioteca pessoal.
Era pra eu ter muito mais aqui na minha estante. Há pelo menos duas razões que levaram a diminuição deles: fui doando os que não mais queria para essas campanhas de escolas e quando os empresto e não me devolvem.
Normalmente quem pega livro emprestado se torna dono. Salvo raríssimas excessões. Já levei muito calote de livro. Na faculdade, procurava comprar os livros adotados pelos professores e outros de referência, pois sempre gostei de ter os meus livros, que posso usar a qualquer momento e detesco tirar cópia de livro. Pra mim é um dos piores jeitos de ter o material de estudo das aulas e, ainda, é contra os direitos autorais.
Hoje com o advento da Internet, a maior enciclopédia mundial, na faculdade, os alunos tiram quase toda a matéria dela e muito mais do que precisa, o que é uma boa. Mas, normalmente esse material fica desorganizado e acaba sendo utilizado temporariamente e seu fim é uma gaveta ou o lixo. Com o livro isso não acontece. Depois do uso necessário, ele fica numa sua estante e pode servir de referência para uma pesquisa no futuro, ou seja, você o tem para sempre; pode emprestá-lo ou doar a uma biblioteca.
No entanto, confesso que tenho alguns pouquíssimos livros da minha estante que não comprei e nem ganhei. Você imagina que eles vieram andando comigo pra minha estante, pois os peguei emprestado e não devolvi. Os que tenho, nesse caso, é que perdi o contato com os seus proprietários por várias razões, que não me lembro agora. Imagino que os meus que não foram devolvidos devem ser pela mesma razão.
Semana passada, participando de um seminário, encontrei o Chico, professor de Educação Física que teve muito sucesso com equipes escolares de basquetebol. Quando o conheci, eu era professor do filho dele e então ele queria que me aperfeiçoasse nessa matéria e me emprestou um conjunto de excelentes slides que usei para estudar. Falei com ele que ainda os tinha na minha casa. Ele disse que nem se lembrava mais. Conversamos um pouco sobre esse assunto de emprestar livros e concordamos que esse negócio de emprestar livro é uma boa forma de disseminar conhecimento que outro tem dificuldade em adiquirir, pois para se ter bons livros é preciso ir atrás, e conhecimento não deve ter dono.
Dessa forma acabamos por concordar que devemos esquecer essa estória de que o livro emprestado e não devolvido foi perdido, pois imaginamos que estamos disseminando conhecimento. É uma maneira de passar adinte o que nem tanto te serve mais para outro que precisa, principalmente para aquele que está em início de carreira, o que foi meu caso no emprestimo dos slides.
Acabou que ele me disse que eu podería ficar com os slides e que se não mais quisesse que passasse adiante para outro professor. Legal, né gente! Desse jeito me tirou o peso de ter algo de alguém e de ficar naquele lance de quando encontrá-lo e ficar pensando que ele pode estar se lembrando e fazendo mau juizo de mim, ou seja, ficar pensando que sou caloteiro, não é mesmo?
Aqui em Brasília, tem sido comum encontrar estantes em paradas de ônibus em que as pessoas podem pegar qualquer livro disponível emprestado sem qualquer controle e depois devolver. Cabe a consciência da pessoa em compreender de que aquela estante é para passar adiante o que já te serviu e que pode ser impescindível a outro.


Imagem: Praleiras da minha estante de livros e algumas medalhas que ganhei na Corrida de Orientação. Arquivo pessoal.

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